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As discussões éticas das crianças na publicidade


A utilização de crianças em campanhas publicitárias tem sido um tópico de discussão ética há muitos anos. Recentemente, o caso de Larissa Manoela trouxe à tona novamente a questão da regulamentação mais rígida sobre a administração e o uso de crianças no mercado publicitário.


Larissa Manoela é um exemplo marcante da trajetória de crianças que adentram o mundo da fama e da publicidade desde cedo. Sua carreira, que começou quando ainda era uma criança, a levou a participar de diversas campanhas publicitárias, programas de televisão e projetos artísticos. No entanto, essa exposição precoce trouxe consigo uma série de implicações éticas que desencadearam discussões e debates sobre a exploração das crianças no contexto publicitário. Ainda mais depois que seus pais travaram uma guerra judicial sobre os ganhos da atriz aí longo de 18 anos de carreira.


Essa situação acendeu um alerta sobre a necessidade de proibir o uso de crianças em trabalhos publicitários. Afinal, uma das principais preocupações é a exploração dessas crianças, muitas vezes incapazes de compreender totalmente as implicações de suas participações em anúncios comerciais e como seus ganhos serão administrados. Além disso, a pressão psicológica e emocional associada a essa exposição precoce pode impactar negativamente o desenvolvimento saudável das crianças, comprometendo sua educação, autoestima e saúde mental.


As implicações éticas da utilização de crianças na publicidade são diversas e vão desde a falta de consentimento informado até a exploração de sua imagem e vulnerabilidade. Crianças não possuem a mesma capacidade de discernimento que adultos para compreender as complexidades da indústria publicitária, e essa desigualdade pode resultar em decisões prejudiciais a longo prazo.


Outras questões ainda são necessárias de abordagem como a objetificação e a hipersexualização precoce. Muitas vezes, crianças são retratadas de maneira adultizada, o que pode normalizar comportamentos inadequados e perpetuar estereótipos prejudiciais de gênero.


Diante das questões éticas e dos riscos envolvidos na participação de crianças em campanhas publicitárias, a discussão sobre a regulamentação torna-se crucial. A implementação de regras mais rígidas para proteger os direitos e o bem-estar das crianças é fundamental para garantir uma indústria publicitária mais responsável. Muitos defendem que elas sejam assessoradas por agentes externos para que seus direitos, inclusive financeiros e jurídicos sejam integralmente preservados.


Essas regulamentações devem incluir a obtenção de consentimento informado dos pais ou responsáveis legais, restrições em relação ao tipo de produtos e serviços que podem ser promovidos por crianças, limitações de horário e duração de trabalho, bem como garantias de que a educação e o desenvolvimento da criança não sejam comprometidos em virtude de sua participação na publicidade.


Apesar de não ser um ato ético, judicialmente os pais de Larissa Manoela estão respaldados pela lei nesta questão de destinarem somente 2% dos ganhos para a atriz. Por isso, o caso serve de alerta para que estas discussões sejam levantadas no mercado. Ainda veremos muitos desdobramentos sobre o tema!

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